Visto como um dos temas mais estudados e polêmicos no universo do corredor, as lesões em corredores são um capítulo à parte. Raramente algum tipo de lesão tem causa única. Porém, com a quantidade de tratamentos e divergências entre médicos, fisioterapeutas e educadores físicos, separamos os principais sinais que não podem ser ignorados.
Existe um dito popular bem conhecido, que fala: “Chifre é algo que você teve, tem ou terá um dia. Ninguém escapa”. Brincadeiras à parte, e por mais cuidados que tome um corredor, a lesão ocorrerá em algum momento.
Mas como saber se aquela dor é consequência de uma alta exigência muscular – e apenas uma recuperação adequada basta – ou pode sinalizar o início de uma série de problemas? É o que vamos detalhar a partir de agora.
O que é uma Lesão?
De forma geral, podemos definir lesão como um dano causado a algum tecido (músculos, tendões, articulações e ossos) que traz perda parcial ou total da funcionalidade do mesmo.
Seguindo essa definição, dificilmente não se associa lesão a interrupção dos treinos. Porém, existem lesões e “lesões”. Por isso, diversos corredores permanecem correndo mesmo sentindo algum tipo de desconforto, pois não sentem uma perda de função tão significativa. Às vezes, basta uma sessão mais curta – ou menos intensa – de treinos, ou alguns dias de repouso.
Em outras palavras: lesões são algo que fazem parte de qualquer esporte. A sua dimensão ou gravidade é o que irá definir a interrupção ou não de um ciclo de treinamentos. Diversos corredores – inclusive de ponta – já sofreram ou “encararam” provas lesionados, muitos com direito a conquistas.
Quando lesões em corredores são “normais”?
São três as referências principais analisar a gravidade de uma lesão, e se a parada nos treinos será necessária:
Periodicidade
Se você é um corredor e convive de forma frequente com lesões na corrida, saiba: com certeza existe algo errado acontecendo.
Dores são comuns em alguns treinos mais fortes, como os intervalados, ou mais longos. Afinal, não podemos esquecer que a corrida é uma atividade cíclica, onde se repete o mesmo movimento entre 160 a 190 vezes em apenas um minuto.
Porém, você não pode treinar e sempre sentir dor. Se isso estiver ocorrendo, não deixe de se consultar com um ortopedista ou um fisioterapeuta, que poderá analisar de forma mais detalhada sua condição.
Lesões em corredores x Nível de dor
Grande parte das lesões na corrida são silenciosas. Porém, o nível de gravidade geralmente é proporcional a dor que a lesão apresenta. Por isso, é muito importante acompanhar se determinado desconforto durante o treino de corrida está aumentando a cada sessão, ou fica pior depois de treinar.
Sessões de alongamento e liberação miofascial são excelentes ações preventivas, que podem ser usados antes e depois do treino, ajudando a reduzir tensões decorrentes de músculos tensos ou encurtados.
Reincidência
Talvez o maior sinal de uma lesão na corrida que pode se tornar grave: a reincidência na mesma região. Conforme falado ao longo da matéria, é natural lesões em corredores em certos casos, quando falamos de desconfortos leves, que geralmente desaparecem após uma boa recuperação.
Porém, quando o problema se concentra apenas em local, provavelmente seja a hora de parar e tratar. Isso porque a dor numa única região pode começar a afetar a técnica e postura geral na corrida, causando novas lesões.
Fortalecimento Muscular, avaliações periódicas, descanso adequado e evitar excessos de intensidade ou tempo de treino ajudam muito a prevenir as lesões na corrida. Mas a prevenção maior deve sempre vir do bom senso do corredor.
A filosofia do “no pain, no gain” pode se aplicar em atletas de elites e, em alguns casos, ao atleta amador. Mas as lesões em corredores nunca podem ser levadas como algo do dia a dia. A atenção deve ser constante pois, quando não tratadas ou observadas, podem criar uma bola de neve para problemas maiores.