Muitas vezes ignoramos o impacto que a atividade física gera não só para o corpo, mas também para a mente. A sinergia na relação saúde mental e corrida é muito mais extensa do que parece. Entenda melhor como essa relação pode te ajudar não somente nos treinos, mas na vida.
“Corpo sã. Mente sã.” Quem nunca ouviu essa frase em algum momento da vida? Não é por acaso. A prática do exercício físico traz efeitos positivos para o corpo e também para a mente. Muito se fala sobre a liberação de endorfina (o que realmente causa um efeito poderoso), mas existem outros pontos que às vezes ficam de lado, como o impacto no bom humor, por exemplo.
E nesses benefícios bioquímicos que a atividade física trás, a corrida está entre as principais. Diferente de um treino de força, o exercício aeróbio produz certos hormônios que levam a uma sensação de bem estar diferente.
Os benefícios físicos e psicológicos
Um estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, apontou que a corrida tem, de fato, um impacto positivo também no combate à depressão e estresse.
Outro artigo da Universidade de West Michigan, nos Estados Unidos, mostra que correr pode trazer uma melhora na capacidade de processamento de informações.
Ou seja, estamos falando de um esporte que trás grandes impactos no aspecto mental. Para isso, no entanto, é preciso que haja constância na prática.
Compreenda melhor a relação saúde mental e corrida
Existe no nosso organismo o aminoácido que ajuda a sintetizar serotonina (hormônio do prazer), chamado triptofano.
Quando há estresse, os processos metabólicos no fígado convertem o triptofano em quinurenina, que é a enzima que causa ‘tiques nervosos’.
Essas enzimas podem se acumular no cérebro, podendo desencadear a depressão, transtornos de ansiedade e esquizofrenia.
Ao praticar exercícios físicos, a quinurenina se acumula nos músculos, sendo quebrada em moléculas, impedindo-as de entrar no cérebro e evitando problemas com a saúde mental.
Além disso, hormônios relacionados ao prazer e à felicidade são liberados, contribuindo com o bem-estar e mais qualidade de vida. Mais ainda, a prática auxilia na regulação de pensamentos e da respiração (outro fator crucial para o controle da ansiedade).
Riscos do sedentarismo nesse cenário
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que os tempos atuais são da “epidemia do sedentarismo”.
A preocupação com a falta de exercício físico na população do mundo deixou de ser apenas uma questão estética há um certo tempo, se tornando uma pauta de saúde pública, quebrando também preconceitos acerca de sintomas de depressão e ansiedade. Ou seja, a conversa não está restrita ao campo da saúde mental e corrida.
Os riscos mais falados quando se fala de sedentarismo é de hipertensão, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.
Já com relação à parte psicologica, as complicações são tão grandes quanto as físicas.
Isso porque a pessoa sedentária pode apresentar problemas na autoestima, depressão, ansiedade e aumento de estresse, além de ter o risco de desenvolver Alzheimer e Parkinson.
Saúde emocional e bucal
Pode não parecer, mas complicações na saúde mental atingem diretamente na saúde bucal.
O estresse e a ansiedade, por exemplo, podem causar problemas nos dentes e na boca pela liberação de neurotransmissores que podem predispor a algumas doenças.
Além disso, há a alteração da acidez na boca, que favorece inflamações, e o desenvolvimentos de manias e aumento de tensão, que resultam em mordidas no lábio ou ranger dos dentes.
Por esse motivo, as principais complicações que problemas com a saúde mental podem causar na cavidade oral são:
- Aftas;
- Herpes bucal;
- Bruxismo;
- Mau hálito;
- Gengivite.
Em casos mais sérios e avançados, o problema pode comprometer toda a estrutura dental, atingindo a raiz e amolecendo os dentes.
Nesses casos, pode ser necessário realizar um extracao de dente e um tratamento para implante. Além disso, fica ainda mais perceptível a influência mútua da saúde mental e bucal – já que a perda do dente pode impactar na autoestima do paciente.
Isso prova o quanto mente, corpo e boca estão interligados no cuidado da saúde, com um influenciando no outro, de modo que todos devem ser cuidados para mais equilíbrio e saúde em um só indivíduo.
Outro ponto de atenção é que pessoas com depressão e com autoestima baixa tendem a se descuidar do corpo e dos cuidados com a boca.
Com isso a saúde bucal pode ficar mais comprometida, facilitando o surgimento de cáries e inflamações.
Atualmente há tratamentos muito efetivos para esses quadros, como o tratamento de canal. Contudo, o ideal é que a higiene seja mantida adequadamente para reduzir a necessidade de tratamentos invasivos.
Além disso, como não há o cuidado correto e há a redução no número de consultas, esses problemas podem demorar a ser identificados, o que compromete a resolução.
Você sabe o que é bruxismo?
Um dos problemas da saúde bucal diretamente ligados à saúde mental é o bruxismo que, caso não seja tratado, precisará passar por tratamentos e procedimentos mais complexos.
O bruxismo é uma desordem funcional que se caracteriza pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono, provocando problemas ósseos e na gengiva.
Em caso de ocorrer um dano significativo da estrutura ou entortamento dentário, será necessário o uso do aparelho ortodôntico, que, além de tratar do problema, mantém uma estética melhor do que outros aparelhos.
Para o tratamento correto, um atendimento multiprofissional pode ser necessário, mas uma forma de reduzir o tensionamento é com o uso de um protetor intra-oral, que minimiza a movimentação de ranger e possíveis trincos advindos dessa pressão.
Em caso de perda total da arcada dentária, ou mesmo de um dente, há procedimentos mais complexos que resolvem a estética e autoestima do paciente (algo que, caso seja grave, pode agravar problemas de saúde mental e saúde bucal), bem como a funcionalidade da estrutura. Exemplo disso é o implante dentario.
Para além dos problemas em que a saúde mental pode impactar de forma direta na cavidade oral, podem surgir hábitos que fazem muito mal para a estrutura (e todo o corpo), como o consumo de álcool e tabaco, que propiciam na no surgimento de bactérias e mau hálito.
Outro costume adotado por pessoas com transtorno de ansiedade é o de roer unhas.
Esse hábito pode ser comparado ao de chupar dedos quando criança e faz extremamente mal à saúde dos dentes e da boca, como o desgaste do esmalte e a proliferação de bactérias que acessam mais facilmente por meio das unhas.
Desse modo, é preciso ter atenção ao corpo como um todo, buscando formas de melhorar a saúde mental e controlar seus efeitos, como a psicoterapia e a realização de exercícios.
Portanto, a relação saúde mental e corrida é mais do que comprovada, e contribui de maneira fundamental na qualidade de vida para os praticantes.
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