Na prática da atividade física, há inúmeros tipos de exercícios que demandam esforços do nosso corpo. Quantas vezes você já fez uma corrida muito intensa ou longa, e saiu não querendo nunca mais nem mesmo caminhar? O cansaço realmente às vezes pode pesar. É nessas horas que é muito importante entender a importância do treino regenerativo
Mas você já ouviu falar desse tipo de treino? Sabe qual a importância de incluí-lo em sua programação de treinos de corrida? Nós vamos esclarecer tudo isso para você hoje!
Treino regenerativo – O que é isso, afinal?
O treino regenerativo é definido como um estímulo que, através de intensidades leves para músculos e coração, promove a oxigenação dos sistemas cardiorrespiratórios, muscular e articular, permitindo uma recuperação mais rápida.
Quando saímos extremamente cansados de uma corrida ou qualquer outra atividade física, precisamos de recuperação. Mesmo quando ela não é tão intensa, nosso corpo acaba sentindo os impactos do acúmulo de treinos. Esse cenário, associado ao stress do dia a dia e pouco descanso, é um prato cheio para lesões ou queda de performance.
Por isso, para uma recuperação plena, é necessário tempo para que o corpo possa restabelecer novamente seus estoques de energia. Isso garante um ambiente ideal para o próximo treino de corrida.
Benefícios do treino regenerativo
Mas eu devo fazer treinos regenerativos mesmo se não estiver sentindo cansaço? A resposta é sim. Não podemos esquecer outros benefícios que o treino em intensidade mais leve proporciona. Além disso, o desgaste do corpo é silencioso e, quando apresenta os primeiros sinais, já é um indício que não está suportando a rotina.
Uma vantagem pouco citada é a redução da sobrecarga imposta a tendões, músculos, cartilagens e sistema cardiovascular. Dessa forma, o corpo permanece ativo, com o metabolismo em franco funcionamento, mas sem grandes exigências.
Outro ponto pouco citado sobre o benefício desse tipo de treino tem relação com a perda de peso. Treinar em níveis de intensidade mais baixos pode contribuir para o aumento da quantidade de mitocôndrias. Elas são organelas dentro dos músculos e são responsáveis por utilizar a gordura como fonte de energia.
Treinar sempre em intensidade alta evita a reprodução das mitocôndrias. Isso acaba diminuindo a mobilização de gordura durante o treino, o que é extremamente importante, principalmente em distâncias mais longas.
Com o treino regenerativo, você também fica longe de problemas físicos causados por excesso de treinos, o chamado overtraining. Treinar de modo excessivo não permite que o seu corpo se recupere plenamente entre um exercício e outro.
Quando você deve fazer os treinos regenerativos?
Para saber o momento certo de inserir os treinos de recuperação em sua rotina, é importante ter uma programação estruturada, onde saiba quais dias terá maior exigência.
Quantas vezes você treina por semana? Duas? Três? Em geral, pessoas que treinam até três vezes por semana dispensam a prática dessa modalidade de treino. A exceção ocorre em situações onde os mesmos foram muito longos e extenuantes, ou o corredor vem de um período de treinos ou uma competição extremamente exigente.
No treinamento de corrida, evite treinar todos os dias ou treinos com duração maior do que 90 minutos em dois, três dias seguidos. Já nos treinos de fortalecimento, a nossa dica aqui é apenas que você evite exercitar nestes dois ou três dias o mesmo grupo muscular.
Nessa hora, ter um acompanhamento especializado, que irá alinhar seus treinos de corrida com outras atividades como musculação, treinamento funcional ou qualquer outro esporte, será fundamental.
Qual a dinâmica do treino regenerativo?
É fácil entender a dinâmica do treino regenerativo e seu objetivo. Porém, é sempre importante salientar que eles podem ser na mesma modalidade esportiva, apenas com uma intensidade menor.
Por exemplo: você acabou de realizar uma corrida de 10 km em uma hora, de forma leve e confortável. No dia seguinte, invista em uma corrida despretensiosa, por cerca de vinte e trinta minutos.
Evite treinos muito longos, mesmo com ritmos mais leves. A ideia aqui é que a corrida seja de fato tranquila, apenas para manter o estímulo do treino em seu corpo.
Agora, se você fez uma corrida mais intensa, onde permaneceu ofegante a maior parte do tempo e terminou com grande dificuldade, não é recomendado que o treino seguinte tenha uma intensidade tão forte. No treinamento físico, o equilíbrio é a chave.
Lembre-se, a dinâmica do treino regenerativo é ser proporcionalmente inverso ao treino principal. Quanto mais intenso e exaustivo for o treino principal, mais tranquilo e leve tende a ser o treino regenerativo.
E reforçando mais uma vez: se você tiver dificuldades para determinar o que fazer no treino regenerativo, procure um treinador para orientação. Isso porque o treino regenerativo não leva em consideração apenas o treino principal, mas também o condicionamento físico do atleta.
Não existe uma regra de como os treinos regenerativos devem ser feitos. Como adiantamos, há apenas recomendações de quando esse treino se faz necessário.
Devo sempre fazer esse tipo de treino?
Embora prometa inúmeros benefícios ao nosso corpo, há alguns especialistas que se contrapõe a pratica do treino regenerativo.
Isso porque, embora prometa que fará uma reparação dos músculos, tendões e sistema cardiovascular, ele trabalha os mesmos grupos musculares e estímulo. Isso acaba evitando a recuperação plena.
Para eles, o maior tempo de descanso e uma alimentação equilibrada, com alimentos que ajudam na recuperação do corpo, são muito mais eficientes do que permanecer ativo na corrida.
Outra opção também muito utilizada é realizar uma atividade diferente da corrida. Isso garante que o seu corpo não trabalhará exatamente o mesmo grupo muscular.
Entretanto, é preciso estar atento à intensidade e o seu grau de conhecimento da atividade. De nada adianta você acreditar que está fazendo um treino regenerativo para a corrida praticando natação, caso ainda não domine essa modalidade e se desgaste muito durante os treinos.
Para um treino realmente regenerativo, busque sempre intensidades menores, além de atividades que você domina ou já tem minimamente uma noção de prática. Isso evita desgastes desnecessários e lesões produzidas por excesso de treinos.
E você, é um adepto do treino regenerativo? Costuma ter esse tipo de estímulo durante suas corridas? Deixe aqui seu comentário.